No final do ano é assim, as crianças são chamadas a mostrar as competências adquiridas aos papás babados... ou então, simplesmente, uma diversão para todos. Também há os casos de comemorações de dias oficiais ou históricos. Tudo cabe no final do ano lectivo!
A Cuca fez A História da Carochinha e do João Ratão no Conservatório, devidamente cantada por Carochinhas multiplicadas que criaram e elaboraram o próprio cenário:
E, para a celebrar os 100 anos da República, houve um desfile protagonizado pelas crianças do agrupamento de Aveiro... com direito a polémica caseira! O facto de haver uma escola que havia escolhido vestir as crianças com simulacros das fardas da malfadada Mocidade Portuguesa fez encrespar sensibilidades. Confesso que, quando soube, não percebi a intencionalidade e achei que, fora do seu contexto, seria, no mínimo, estranho. Mas radicalizar, ainda por cima sem o total conhecimento da situação, equipara-nos aos extremistas...
As diversas escolas percorreram percursos pela História, cada uma seguindo determinado tema ; a da Cuca escolheu o povo anónimo (A Cuca optou por vender galinhas !!!): houve a parte do Regicídio, a da aclamação da República, a parte em que se explicou que esta república vinha "disfarçada" de ditadura... e aí houve lugar para explicar a questão das escolas que não eram mistas, das censuras e a entrada da mocidade na tal instituição. Seguiram os congressos da oposição democrática e o 25 de Abril. No final ouviu-se a Banda e o cantou-se o hino. Não terá sido a mais fiel das reconstituições e algumas escolhas, em detrimento de outras, são passiveis de discussão... mas deu às crianças uma ideia do passado, ideia essa que cabe aos pais e educadores completar. Sem assuntos proibidos!
Os símbolos descontextualizados, principalmente os que tem tal carga negativa são, de facto, perigosos.. mas não o é menos omiti-los debaixo do tapete, à espera que o seu cheiro nauseabundo não se escape por qualquer fresta. Quanto aos fantasmas, pela minha óptica, é sempre melhor arejá-los...