Para comemorar o dia da Terra, um saco que evite desperdício dos de plástico! Este foi feito a partir de um Patchwork que não tinha destino, aproveitando outros tecidos que já tinha. A diversidade dos tecidos (ainda que todos de algodão) serve o propósito do reaproveitamento, o da reciclagem e é, ainda, uma pequena homenagem à diversidade da Terra. O saco é forrado e tem, no seu interior, um bolso (de umas calças de ganga desaproveitadas). Com as sobras acrescentei uma carteira para os trocos, com uma pequena alça.
Vai, a seguir para a Loja.E, porque hoje é o dia da Terra:
AS DUAS MÃOS DA TERRA
Eu procurei e era vapor ou sonho
e era o mundo, o rumor do estio
com os seus barcos de folhagem entre as pedras
e o sol por sobre os muros, a linguagem
dos gestos quase imóveis no ardor
monótono e sombrio de uma brancura
que vencia o tempo e era o ombro
e o seio da terra entre o verde e a cinza.
Eu procurava e recebia o sopro
de um fogo em labirintos áridos
e a violência reunia-se num flanco
vermelho, companheira
que ardia adormecida e se elevava
sem sobressaltos à nudez do cimo.
Era como se a terra amasse o sonho
e com a mão de fogo e a mão de água
desenhasse o instante da primeira
alegria divina. Eu recebia
as formas que se abriam e encerravam
em círculos vagarosos de uma matéria pura.
As Duas Mãos da Terra, Acordes, 1989, António Ramos Rosa
Um comentário:
Que giro que ficou o saco !
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